Obesidade e dor: médico explica relação entre o ganho de peso e a dor crônica de difícil controle

A dor é uma sensação desagradável que serve como instrumento de defesa no nosso corpo. É quando temos a percepção de certos estímulos que possam causar algum tipo de dano. A dor é um sintoma que serve como um alarme, e, dessa forma, podemos classificá-la como benéfica. Por outro lado, é preciso saber identificar quando ela é um problema, como é o caso da dor crônica de difícil controle.

 

“Quando a dor passa a ter características de doença deve ser combatida. A dor crônica de difícil controle não é benéfica, é uma dor multifatorial, extremamente complexa, que requer um tratamento disciplinar com várias abordagens, pois está relacionada com disfunções neurais periféricas, funções metabólicas, e à própria obesidade”, afirma o Dr. Allan Diego, médico pós-graduado em ciências da obesidade e sarcopenia pela Academia GA, e com pós-graduação em medicina da dor.

De acordo com o Dr. Allan Diego, que integra a equipe de médicos do Núcleo GA Petrolina, a dor crônica de difícil controle é um fator de risco para a obesidade, assim como a obesidade é um fator de risco para a dor.

 

“A dor crônica de difícil controle limita o dia a dia das pessoas, a funcionalidade fica comprometida. Com isso, o indivíduo fica incapacitado de praticar atividade física, entra num status de sedentarismo obrigatório e acaba comprometendo seu metabolismo. Além disso, a dor crônica de difícil controle está relacionada a doenças que comprometem a saúde mental, como depressão, ansiedade e isso também compromete o cotidiano do paciente, o que pode acarretar no surgimento da obesidade. A obesidade também é um fator de risco para a dor. A pessoa obesa se encontra num estado de inflamação crônico que hipersensibiliza o sistema nervoso e os receptores da dor, além disso, tem a questão mecânica, o aumento de peso sobrecarrega a estrutura física, musculatura e articulações. Então, uma está relacionada à outra, costumo dizer que é uma engrenagem maléfica.”

 

Você convive com a dor ou está acima do peso? Saiba que este combo é prejudicial à saúde como explica o Dr. Allan Diego: “Nunca se deve negligenciar a dor, só procurar o médico ou serviços de saúde, quando não estiver mais aguentando não é o indicado. Se você sentiu os primeiros sintomas, por mais leves que sejam, tem que procurar imediatamente ajuda médica para diagnosticar o que está acontecendo. E com a obesidade é a mesma coisa, trata-se de uma doença que possibilita o surgimento de limitações osteoarticulares, alterações inflamatórias crônicas, entre outros danos. E se você deixar para depois, o controle acaba sendo um pouco mais trabalhoso. Não devemos negligenciar nem a obesidade, nem a dor.”

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