Dono da boat Kiss chora e desabafa em júri: “Me prendam, estou cansado”

“Querem me prender, me prendam, eu estou cansado, cara. Eu sei que perderam gente e tal, mas perdi um monte de amigos, eu perdi funcionários. Acham que eu não tinha amigos lá? Acham que eu ia fazer uma coisa dessas?”, disse Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios-proprietários da Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul., durante seu depoimento no tribunal do júri ontem (8).

 

Spohr foi o primeiro dos quatro réus a falar no julgamento do caso. Ele, juntamente com o também sócio Mauro Hoffmann e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos (vocalista) e Luciano Bonilha Leão (assistente de palco), são acusados por homicídio e tentativa de homicídio simples por dolo eventual pelas 242 mortes ocorridas na tragédia.

 

No depoimento, Spohro citou Marcelo, vocalista da banda Gurizada Fandangueira que, segundo ele, tentou apagar o fogo. “Acham que o Marcelo ia tentar apagar o troço se ele quisesse matar alguém? Porque eu ia querer fazer isso? Não é fingimento. Eu não aguento mais, cara. Eu ‘tava’ tremendo, ‘tava’ sem ar. Eu tive que pegar ar para dar esse depoimento”, acrescentou, chorando muito. Ao notar o estado do réu, o juiz Orlando Faccini Neto decidiu fazer uma pausa. Na volta, Kiko contou como foi a noite da tragédia.

 

foto: Renan Mattos / Futura Press

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