Covid-19: Bahia recomenda retomada da vacinação de adolescentes; especialista comenta pedido de suspensão

Nos últimos dias, o anúncio da recomendação de suspensão da vacinação contra Covid-19 entre os adolescentes de 12 a 17 anos, sem comorbidades, vem gerando um grande debate. A recomendação partiu do Ministério da Saúde, mas não foi bem acolhida pela Anvisa, especialistas e alguns Estados. A Bahia, por exemplo, determinou que os 417 municípios devem “retomar imediatamente” a vacinação desse público, independente de terem ou não comorbidades ou deficiência permanente. A decisão da Comissão Intergestores Bipartite da Bahia, que é uma instância deliberativa do SUS e reúne representantes dos municípios e o estado, foi tomada na manhã desta sexta-feira (17).

 

A medida é sustentada por evidências científicas e manifestações de diversas entidades nacionais e internacionais, destacou a Saúde da Bahia. “O Ministério da Saúde implementou unilateralmente decisões sem respaldo técnico e científico. Diferente da posição ministerial, a Bahia reuniu especialistas, a exemplo da presidente da Sociedade Baiana de Infectologia, Miralba Freire, bem como do diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Antônio Bandeira. Ambos refutam a iniciativa do Ministério da Saúde de suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidade ou deficiência permanente”, ressalta a secretária da Saúde da Bahia em exercício, Tereza Paim.

 

Para o infectologista Matheus Todt, da S.O.S. Vida de Aracaju, a vacinação de adolescentes pode colaborar no controle da pandemia. “Apesar de ser um público menos acometido por formas graves, embora também possam manifestar formas graves ou mesmo morrer por Covid-19, eles representam um fator muito importante de propagação da doença. Vacinar essa faixa etária pode, sim, ajudar no controle da pandemia, além de evitar internações e mortes dos mais jovens”, opina Matheus.

 

Além da Anvisa, entidades como o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), também se posicionaram contrárias a decisão do Ministério da Saúde.

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