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Samuel Paty: aluna que motivou decapitação de professor francês afirma ter mentido

De acordo com jornal francês “Le Parisien”, uma estudante de 13 anos confessou ter espalhado uma história falsa sobre o professor de história francês Samuel Paty, que morreu decapitado em outubro de 2020. O jornal teve acesso aos depoimentos que a jovem deu às autoridades. 

 

O caso  que chocou o mundo, desencadeou uma série de eventos violentos na França, no ano passado. O advogado da família do professor, expressou raiva nesta terça-feira (9), pela mentira que causou mais uma tragédia em uma França já traumatizada por ataques terroristas. 

 

A menina, cujo nome não foi revelado, originalmente disse ao pai que Paty, de 47 anos, havia pedido aos alunos muçulmanos que deixassem a sala de aula antes que ele mostrasse aos estudantes caricaturas do profeta Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão e blasfêmia, segundo o Independent.

 

Segundo o Le Parisien, a estudante teria dito ao pai que foi suspensa por dois dias por desafiar esse pedido do professor. Mas aparentemente ela foi suspensa no dia anterior por ter faltado muito às aulas e não queria que seu pai soubesse da punição. Em seguida o pai da menina, Brahim Chnina, realizou uma denúncia contra o professor e lançou na internet uma campanha violenta contra Paty com a ajuda de um ativista islâmico, Abdelhakim Sefrioui.

 

O pai e o ativista islâmico estão em prisão preventiva acusados de “cumplicidade no assassinato”. A estudante foi acusada de “denúncia caluniosa”. Para o jornal France Presse, o advogado da garota  disse que ela mentiu  “porque se sentiu presa em uma cadeia de eventos” e “porque seus colegas pediram para que ela fosse sua porta-voz”. “Havia uma inquietação real, ela se sentiu obrigada a falar”, disse ele.

 

(Estadão)

 

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