Queiroga se esquiva de perguntas sobre cloroquina, irrita membros da CPI Covid, que apontam falta de objetividade

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que assumiu a pasta após a demissão de Eduardo Pazuello, está sendo ouvido nesta quinta-feira (6) pela CPI Covid. O médico cardiologista, que tomou posse no dia 23 de março, é o terceiro a depor – antes dele, disse, em sua exposição inicial, que a CPI da Covid-19 não deve “aprofundar as nossas divergências” e pediu um “voto de confiança”, para que o trabalho do Ministério da Saúde possa ser “continuado e aprimorado”.

 

O relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), questionou se o ministro da Saúde concorda com a posição do presidente Jair Bolsonaro sobre a prescrição de cloroquina, remédio ineficaz no tratamento contra a Covid-19, mas ele evitou responder. Questionado se o Ministério da Saúde está distribuindo cloroquina a Estados e municípios, Queiroga afirmou que não tem conhecimento de que isto esteja ocorrendo. Ele também afirmou que faltou “fortalecimento do SUS” para evitar as mais de 400 mil mortes causadas pelo covid, mas, ao ser questionado sobre a demora na aquisição de vacinas da Pfizer contra a Covid-19, disse que não poderia falar “sobre um contrato que foi firmado numa gestão anterior”, ponderando que há uma dificuldade mundial para a aquisição de vacinas.

 

Renan fez críticas ao processo de vacinação no país e listou algumas declarações em que o presidente Jair Bolsonaro desmereceu as vacinas. Para Queiroga, essas posições do presidente “não têm impacto na população” e pesquisas indicam que as pessoas querem se vacinar. O ministro da Saúde também foi questionado sobre como o Brasil poderia acelerar a chegada de vacinas. Queiroga disse ser necessário um “ativismo maior” do governo, e afirmou que isso já vem ocorrendo.

 

Falta de objetividade e discussão – Pouco antes das perguntas sobre cloroquina, a CPI teve uma forte discussão entre senadores. Desde o início, Renan e Aziz reclamavam do que chamavam de falta de objetividade do ministro. Queiroga não respondia, por exemplo, perguntas sobre as condições em que encontrou o ministério ao assumir, há um mês e meio. O ministro dizia que só podia responder pela sua gestão. Os senadores governistas Fernando Bezerra (MDB-PE) e Ciro Nogueira (PP-PI) protestaram quando Renan questionou Queiroga sobre uma suposta recomendação feita por Bolsonaro para evitar dar entrevistas.

*com informações G1 e Jovem Pan

foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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