Novembro azul: manter peso adequado pode reduzir risco de desenvolver câncer de próstata, explica médico

O câncer de próstata, causado pelo crescimento desordenado de células, é o tipo de câncer mais frequente em homens no Brasil, depois do câncer de pele. De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), com o passar da idade, o risco de desenvolver a doença aumenta, a cada dez homens diagnosticados com a doença no Brasil, nove têm mais de 55 anos. Neste mês, a campanha Novembro Azul busca alertar a população sobre o combate ao câncer de próstata e conscientizar os homens sobre a necessidade de cuidados regulares com a saúde.

 

Você sabia que a obesidade é um fator de risco para o câncer de próstata? Além do aumento da idade, o histórico familiar e o excesso no consumo de alimentos com gorduras saturadas, a obesidade também é um fator de maior risco de câncer de próstata, o aumento de 10 centímetros na circunferência abdominal aumenta em 7% o risco do câncer, como explica o Dr. Luis Henrique Nunes, urologista que integra a equipe médica do Núcleo GA Petrolina:

 

“Há um estudo que mostra que se todos os homens viverem até 100 anos, todos terão câncer de próstata. É muito raro, ocorrer câncer de próstata antes dos 40 anos de idade. Pacientes que têm pai ou irmãos com a doença, têm aumento de 2,5% de chance de desenvolver o câncer. Mas, dos fatores de risco, apenas dois podem ser alterados, que são justamente a redução da obesidade e a melhora da alimentação. Existem 10 cânceres comprovadamente potencializados pela obesidade, os cânceres de rim e próstata estão nessa lista. O paciente obeso já tem alimentação ruim, provavelmente com excesso de gordura saturada, mas a própria obesidade já causa um aumento de ocitocinas inflamatórias e esse corpo inflamado durante muito tempo está suscetível a desenvolver doenças como o câncer.”

 

Em sua maioria, os cânceres de próstata são assintomáticos. Geralmente, a presença de sintomas indica um câncer já avançado, com sinais como presença de sangue na urina e dores na coluna, que podem se espalhar para outros órgãos e levar à morte. A orientação é não esperar os sintomas para fazer a investigação.

 

“Se o paciente não é negro e não tem histórico na família (fatores de risco para a doença), o ideal é iniciar a investigação a partir dos 50 anos, caso contrário, deve começar a investigar a doença a partir dos 45 anos com o exame PSA, toque e ultrassonografia para avaliar o tamanho da próstata. O exame PSA deve ser feito anualmente, até para avaliar a velocidade de subida do Antígeno Prostático (PSA), substância produzida pela próstata e que é contabilizada através de exame de sangue. PSA alto pode ser indicativo de câncer, tem que ser investigado. O correto é fazer os dois exames, o PSA e o toque, pelo qual possibilita identificar a presença de nódulos, parte endurecida da próstata. Vale destacar, que após os dois exames, para confirmação do diagnóstico é necessário fazer a biópsia”, alerta o urologista.

 

A partir do diagnóstico, o tratamento vai depender do estágio do câncer. Para alguns cânceres iniciais pode ser indicada a vigilância ativa, já para os casos mais avançados, a radioterapia ou quimioterapia são opções de tratamento. Assim como a cirurgia, que pode ser aberta, laparoscópica e a mais moderna que é a robótica, proporcionando ao paciente menos tempo de internamento, menos tempo de uso de sonda, recuperação mais rápida, além de minimizar os principais efeitos colaterais da cirurgia: impotência e incontinência urinária.

 

“Quanto mais cedo o câncer de próstata seja identificado, maior a chance desse paciente ficar totalmente curado, em alguns casos os pacientes podem chegar a 95% de chance de ser curado se diagnosticado na fase mais precoce possível. Então, cuide-se, faça seus exames, tenha uma alimentação saudável, pratique atividade física e mantenha seu peso corporal adequado”, ressalta Dr. Luis Henrique Nunes.

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