Morte de Tarcísio Meira após duas doses da vacina contra a covid: o que isso significa?

A morte do ator Tarcísio Meira, aos 85 anos, nesta quinta-feira (11), em decorrência da covid-19, vem novamente suscitando um debate nas redes sociais acerca das vacinas contra a doença, já que ele e sua esposa, Glória Menezes, de 86 anos, também infectada pelo vírus, haviam se vacinado com as duas doses em março na cidade de Porto Feliz, interior de São Paulo, onde se isolaram durante a pandemia. A atriz teve quadro leve e se recupera bem.

 

O caso de Tarcísio Meira não é isolado, embora seja considerado raro. Um estudo da Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista), mostra que pessoas completamente vacinadas representaram somente 3,68% das mortes por covid-19 que ocorreram no Brasil entre 28 de fevereiro e 27 de julho. Entre os imunizados, os idosos com mais de 70 anos são as principais vítimas, diz a pesquisa: dos 9.878 mortos completamente vacinados, 8.734 tinham mais de 70 anos.

 

Reportagem do site UOL destaca que casos assim são esperados e podem acontecer independentemente da marca do imunizante que a pessoa recebeu. “As pessoas têm muita dificuldade de entender qual é a função de uma vacina”, diz Natalia Pasternak, doutora em microbiologia e presidente do Instituto Questão de Ciência. “Elas acham que a vacina é mágica. Ou seja, tomou a vacina, está protegido; não tomou, vai ficar doente. Não é assim que vacinas funcionam.”

 

Outra questão importante é que os idosos costumam ter um declínio em seus sistemas imunológicos ao longo dos anos. O processo de envelhecimento, considerado natural, é chamado de imunossenescência. Com isso, é possível que o estímulo fornecido pelas vacinas não seja suficiente para gerar uma resposta imune satisfatória em idosos. Com isso, o indivíduo pode ficar mais suscetível às contaminações — embora seja importante reforçar que esses casos, mesmo que amplamente noticiados, são considerados ainda pontuais.

 

Em síntese: a morte de Tarcísio não indica que as vacinas não funcionam, mas relembram que elas não são 100% eficazes e mortes ainda podem acontecer enquanto o vírus estiver circulando. É fato que os números de mortes e internações vem caindo drasticamente. Casos como esse só reforça o que há muito tempo já estava sendo dito: as pessoas não devem descuidar das medidas de proteção que viraram hábitos na pandemia: máscara, limpeza das mãos constante e distanciamento social.

 

*com informações do site UOL

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