Médico defende 3ª dose de vacina para idosos que receberam CoronaVac

A aplicação de uma terceira dose contra a covid-19 em idosos acima de 60 anos e que receberam a Coronavac foi defendida pelo médico imunologista Jorge Kalil, titular da Academia Brasileira de Ciências na área de Ciências Biomédicas desde 1997. Estudo recente da Vebra Covid-19, que reúne cientistas de instituições nacionais e internacionais, descobriu que a efetividade da vacina cai conforme a idade avança. Entre o grupo de 80 anos ou mais, a eficácia global da vacina contra covid-19 fica abaixo de 50,7%, proteção indicada nos estudos clínicos do Instituto Butantan. Na faixa etária próxima dos 70 anos, a efetividade coincidiu com o estudo.

 

Ele acrescentou que a terceira dose deveria ser de outra vacina e disse ainda que era previsível que a vacina CoronaVac teria “problema” entre os idosos. “Vacinas de vírus inativado não induzem boa resposta imune em idosos. Um exemplo é a vacina da gripe. A CoronaVac era a vacina que tínhamos quando começou a vacinação. Se não tivéssemos vacinado a população de risco, quem decidiu seria criticado porque não aplicou a vacina nos [grupos] prioritários. Era o que tínhamos, temos que vacinar na medida que chegam as vacinas”, disse ao UOL News.

 

“Há uma discussão se devemos dar uma 3ª dose [da CoronaVac] ou reforço com vacina mais eficaz entre os idosos ou se a vacinação deve continuar em pessoas que não foram atingidas ainda [pelo Plano Nacional de Imunização] para, depois, voltar a vacinar os idosos”, disse o médico ao UOL News, ressaltando ainda que qualquer opção será alvo de críticas. “Existe um grupo, comitê assessor ao Ministério da Saúde onde essa discussão está começando para ver o que seria mais importante em termos de saúde pública”, disse.

 

foto: Gustavo Vara/Fotos Públicas

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