Lactantes cobram início da vacinação contra a covid-19 em Juazeiro

Mães lactantes (que estão amamentando) da região do Vale do São Francisco e que integram o movimento “Lactantes pela Vacina”, emitiram uma carta aberta cobrando a inclusão do grupo entre os prioritários de imunização contra o coronavírus em Juazeiro-BA. Elas justificam que algumas cidades da Bahia já adotaram a Resolução 85/2021 da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que inclui lactantes até 12 meses como grupo prioritário.

 

Na carta, as lactantes ressaltam que pesquisas desenvolvidas ao longo do ano de 2020 sugerem que os anticorpos da mãe vacinada são transmitidos ao bebê por meio da amamentação, o que garante a imunização de duas pessoas com a aplicação de uma única dose de vacina. “Essa se mostra uma estratégia de imunização eficiente e econômica, além de estar associada a uma política pública de incentivo ao aleitamento materno, cuja média de tempo no Brasil é de apenas 54 dias, ainda que se preconize o aleitamento exclusivo por 6 meses”, diz um trecho.

 

Na carta, as lactantes destacam ainda que é preciso “acelerar a vacinação de todas as mulheres lactantes, especialmente no país que mais perde bebês com menos de 2 anos para a COVID-19 no mundo”, e acrescentaram que continuarão “lutando até que TODAS as lactantes, com ou sem comorbidades, independentemente da idade de seus bebês, sejam inseridas no público prioritário. Vacinar as lactantes é proteger o futuro representado na figura de nossas crianças” [leia na íntegra abaixo]. A secretaria de Saúde de Juazeiro ainda não se manifestou.

 

Carta na íntegra

 

Carta Aberta das Mães Lactantes do Vale do São Francisco

 

Nos últimos dias, milhares de mulheres de todo o Brasil vem se unindo em prol de um movimento denominado “Lactantes pela Vacina”, que luta pela inclusão de lactantes, com ou sem morbidades, independentemente da idade de seus bebês, nos grupos prioritários de imunização contra o vírus SARS-CoV-2 (Covid-19).

 

Os benefícios da amamentação já são amplamente conhecidos, mas nunca é demais relembrar que o leite materno é o alimento ideal para os bebês, previne o aparecimento de inúmeras doenças, está associado com melhor desempenho nos testes de inteligência em crianças e adolescentes, além, é claro, de fortalecer o precioso vínculo de afeto entre mãe e filho.

 

Desde o início da pandemia, segundo levantamento realizado pela organização de saúde pública Vital Strategies, sob análise da epidemiologista Fátima Marinho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ao menos 1.618 bebês com até 1 ano morreram no Brasil em razão da COVID-19, quase o triplo do número divulgado pelo Ministério da Saúde (550 óbitos).

 

Diante de situação extremamente grave e preocupante, de que forma podemos proteger nossas crianças?

 

Pesquisas desenvolvidas ao longo do ano de 2020 sugerem que os anticorpos da mãe vacinada são transmitidos ao bebê por meio da amamentação, o que garante a imunização de duas pessoas com a aplicação de uma única dose de vacina. Essa se mostra uma estratégia de imunização eficiente e econômica, além de estar associada a uma política pública de incentivo ao aleitamento materno, cuja média de tempo no Brasil é de apenas 54 dias, ainda que se preconize o aleitamento exclusivo por 6 meses.

 

Cabe lembrar que crianças pequenas não se adaptam bem ao uso de máscaras, sem considerar o risco de sufocamento em bebês, o que dificulta a contenção da contaminação nessa faixa etária.

 

É preciso acelerar a vacinação de todas as mulheres lactantes, especialmente no país que mais perde bebês com menos de 2 anos para a COVID-19 no mundo.

 

Na Bahia, até o momento, as mães que amamentam bebês com até 12 meses de idade foram recentemente incluídas no grupo prioritário de vacinação, conforme a Resolução CIB nº 85/2021. Já é um grande avanço, mas vamos continuar lutando até que TODAS as lactantes, com ou sem comorbidades, independentemente da idade de seus bebês, sejam inseridas no público prioritário. Vacinar as lactantes é proteger o futuro representado na figura de nossas crianças.

 

Tivemos notícia de que alguns municípios já começaram a vacinação das lactantes, a exemplo de Senhor do Bonfim, Lauro de Freitas, Camaçari e Serrinha. Estamos aguardando um posicionamento do município de Juazeiro, que ainda não sinalizou quando irá iniciar a imunizar o referido grupo.

 

Agradecemos a todas e todos envolvidos nesse processo e seguimos fortes pelo objetivo que nos uniu.

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