Especialista faz alerta para aumento de casos de Aids entre jovens de 13 a 25 anos no Brasil: “Se julga acima de qualquer risco”

Se há muito o que comemorar diante de medicamentos mais potentes contra o vírus HIV e menos agressivos ao organismo, há também um sinal de alerta diante do aumento no número de casos de Aids entre os mais jovens, principalmente de 13 a 25 anos. Quem faz o alerta é o médico Alexandre Naime Barbosa, chefe do departamento de Infectologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), acompanha pacientes com HIV desde a descoberta da Aids no início dos anos 1980.

 

“Se nós observamos o número absoluto e a quantidade de casos novos de HIV, veremos que tanto em números absolutos quanto relativos, por 100 mil habitantes, está havendo no Brasil e no mundo uma queda contínua de casos. Mas se a gente olhar a categoria por faixa etária, nós percebemos que nas faixas etárias entre 13 e 25 anos, principalmente, não existe queda, mas ao contrário, aumento no número de casos novos, tanto em números absolutos quanto relativos nessas populações mais jovens”, diz o especialista, especialista que cita ainda dois fatores principais para entender o comportamento de jovens.

 

“Primeiro que, hoje em dia, e ainda bem que seja assim, o HIV Aids não é considerado mais uma sentença de morte. E é realmente uma doença crônica tratável, mas não se pode banalizar essa informação e simplesmente ter um raciocínio muito simplista de que ‘ah, se eu pegar infecção pelo HIV, eu vou lá e me trato, e tá tudo bem’, como muitos jovens fazem. E um segundo ponto tem relação com uma característica da juventude chamada de onipotência. O jovem se julga acima de qualquer risco. Andar em alta velocidade com automóveis, ingestão de álcool e outras drogas. E isso também tem a ver com sexo. Ele acha que nunca vai acontecer com ele”, ressalta o infectologista.

 

*com informações RFI

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