
Suboclusão intestinal: entenda a condição que afeta o ex-presidente Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro voltou a enfrentar complicações de saúde e precisou passar por uma nova cirurgia para tratar uma suboclusão intestinal — condição que provoca uma obstrução parcial no intestino e pode causar dor abdominal intensa, distensão, náuseas e dificuldade para evacuar.
Segundo o professor do Instituto de Educação Médica (IDOMED) e cirurgião do aparelho digestivo, Thiago Rodrigues, a suboclusão intestinal ocorre quando há um bloqueio parcial na passagem do conteúdo intestinal, o que pode comprometer o funcionamento do sistema digestivo.
“Apesar de não ser uma obstrução total, o quadro é preocupante e pode evoluir para situações mais graves, como necrose ou perfuração do intestino”, explica.
Entre as principais causas da suboclusão estão as aderências intestinais — geralmente formadas após cirurgias no abdômen —, além de tumores, hérnias e doenças inflamatórias. No caso de Bolsonaro, o histórico de múltiplas intervenções cirúrgicas após o atentado de 2018 pode estar diretamente ligado à recorrência do problema.
“O tecido cicatricial formado após as cirurgias pode alterar a anatomia normal do intestino, dificultando a passagem do conteúdo e provocando esse tipo de obstrução”, detalha o especialista.
O tratamento varia de acordo com a gravidade do quadro. Em casos leves, optar por condutas clínicas, como jejum, hidratação e medicamentos que estimulem o funcionamento intestinal. Já em situações mais complexas, como a do ex-presidente, a intervenção cirúrgica é necessária para retirar o ponto de obstrução ou desfazer as aderências.
De acordo com Thiago Rodrigues, os sintomas da suboclusão geralmente incluem dor abdominal em cólica, sensação de estufamento, vômitos, constipação e diminuição do apetite. A prevenção envolve, sempre que possível, evitar múltiplas cirurgias abdominais e tratar de forma adequada condições que aumentem o risco de obstruções.
“É importante lembrar que, em pacientes com histórico cirúrgico, como é o caso do ex-presidente, a chance de recorrência existe, por isso o acompanhamento médico contínuo é fundamental”, conclui.