Fala de vereador gaúcho contra baianos repercute e causa revolta nas redes sociais: “ Vivem na praia tocando tambor”

O vereador gaúcho Sandro Fantinel (Patriota) causou revolta nas redes sociais após fazer uma série de comentários racistas e xenofóbicos sobre baianos durante a Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Caxias do Sul (RS) na terça (28). O vereador disse que baianos “vivem na praia tocando tambor”, que não os admitiria na cidade e que eles deveriam retornar para onde vieram.

 

“Temos que botar eles num hotel cinco estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho? É isso que nós temos que fazer? Gente, eu só vou dar um conselho, agricultor, produtor, empresas agrícolas que estão nesse momento me acompanhando, eu vou dar um conselho pra vocês: não contratem mais aquela gente lá de cima. Conversem comigo, vamos criar uma linha e vamos contratar os argentinos. Porque todos os agricultores que têm argentinos trabalhando, hoje, só batem palmas. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantém a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem ao patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que eles receberam. Agora com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor? Era normal que se fosse ter esse tipo de problema. Que isso sirva de lição, deixem de lado aquele povo que é acostumado com carnaval e festa pra vocês não se incomodarem novamente”, disse Fantinel.

 

A postura do vereador causou indignação nas redes sociais, onde muitos usuários condenaram o racismo e exigiram uma punição exemplar. O deputado federal Tulio Gadelha foi uma das pessoas que se manifestou sobre o caso.

 

“O sr. Sandro Fantinel, do “Patriota” de Caxias do Sul, defendeu que empresas agrícolas contratem argentinos. Ofendeu com ataques racistas e xenofóbicos os nordestinos, e como se não bastasse, tentou normalizar o trabalho escravo. Que seja cassado e responda pelos crimes de ódio”, disse Tulio.

 

Na fala, Fantinel se refere aos baianos sob o caso da operação do Ministério Público do Trabalho que encontrou 215 trabalhadores em situação análoga à escravidão na cidade de Bento Gonçalves. Eles foram contratados de uma empresa terceirizada que fornecia mão de obras para grandes vinícolas da região.

 

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