Em decisão histórica, Papa Francisco autoriza bênção para casais do mesmo sexo

O Vaticano anunciou nesta segunda-feira (18) uma decisão histórica do Papa Francisco. Ele autorizou padres a abençoar casais de pessoas do mesmo sexo.

 

A nova declaração do Vaticano representa um importante passo no ministério da igreja para com as pessoas LGBTQIA+ e reconhece o desejo de muitos casais católicos do mesmo sexo pela presença de Deus nos seus relacionamentos.

 

O documento ganhou o nome de Suplicantes de Confiança e foi assinado pelo ex-prefeito da Congregação para Doutrina da Fé cardeal Víctor Manuel Fernández.

 

O texto explica a diferença entre as bênçãos rituais e litúrgicas e as bênçãos espontâneas, que se parecem mais a gestos de devoção popular: é na segunda categoria que a igreja agora acolhe também aqueles que não vivem de acordo com as normas da doutrina moral cristã, mas que desejam ser abençoados.

 

No início de outubro, a Congregação para a Doutrina da Fé já tinha admitido essa possibilidade. Agora, a Santa Sé registra em um documento oficial as regras para abençoar casais do mesmo sexo e casais em situação irregular.

 

Não será admitido qualquer tipo de rito litúrgico ou bênçãos que possam ser confundidos com o ritual do matrimônio. A doutrina tradicional da igreja continuará sendo aplicada só para os heterossexuais.

 

O porta-voz da associação cristã LGBTQIA+ Caminhos da Esperança disse que o documento é o primeiro passo para uma nova época. Andrea Rubera lembrou que tudo começou em 2013, quando o papa disse, na volta da viagem ao Rio de Janeiro, que não cabia a ele julgar os gays.

 

Em fevereiro passado, também durante uma viagem, o Papa Francisco disse: “Pessoas com tendências homossexuais são filhas de Deus. Deus as ama, Deus está com elas”.

 

Existem várias ocasiões e situações em que as pessoas podem pedir essas bênçãos espontâneas, em peregrinações, santuários e até mesmo na rua quando encontram um sacerdote. Segundo as autoridades eclesiais que prepararam o documento, essas bençãos devem ser dadas a todos, ninguém pode ser excluído.

 

Fonte: g1
Imagem: VATICAN MEDIA/via REUTERS

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