Em culto, pastor chama Nossa Senhora Aparecida de “Satanás de azul”
Um pastor evangélico atacou verbalmente uma estátua de Nossa Senhora Aparecida que foi colocada na entrada da cidade de Bastos, no interior de São Paulo. Sérgio Fernandes, líder na igreja Vida Nova, chamou um dos maiores símbolos do catolicismo brasileiro de “Satanás fantasiado de azul”.
Em culto realizado no último domingo (1º/10), ele se mostrou contrariado com a instalação da estátua e disse estar “indignado com o uso de dinheiro público na escultura”. O pastor afirmou que até entenderia uma homenagem à comunidade japonesa, vasta no município. Mas não o ícone católico.
“Quando a pessoa entra em Bastos e olha lá a bandeira do Brasil, a bandeira do Japão, o obelisco, beleza, é cultura japonesa, parabéns. Põe ovo, põe galinha, põe o que quiser, mas não vem pôr o Satanás fantasiado de azul na entrada da cidade. Só traz maldição para a nossa cidade. Aquilo é ponto de contato com o inferno. Ora, todo o espírito de idolatria não vai ficar aqui. Eu não aceito”, completou.
A fé evangélica não admite a veneração de santos, equiparada à idolatria. Para esse segmento cristão, o único mediador da humanidade com Deus é Jesus Cristo. Fiéis poderiam, então, admirar Maria e outros nomes canonizados pela Igreja Católica, sem lhes atribuir santidade.
“Colocaram uma imagem de escultura na entrada da nossa cidade que não nos representa. Não tem nada a ver com a gente”, afirmou Sérgio Fernandes.
Em nota, a Prefeitura de Bastos afirma que “entende que todas as religiões devem ser respeitadas” e, “pensando em criar um espaço harmônico entre evangélicos e católicos”, instalou na entrada da cidade uma estátua em homenagem à Nossa Senhora Aparecida e outra em homenagem à Bíblia, com uma pomba branca, representando a comunidade evangélica.
“O local passaria a ser um ponto para ambas as religiões poderem usufruir”, diz o texto. Os projetos ainda não foram concluídos, mas as esculturas já estão à mostra para o público.
O pastor se desculpou com a comunidade católica em uma carta pública. No texto, Sérgio Fernandes, pastor da Igreja Nova Vida, disse que a intenção da sua fala era mostrar o descontentamento com uso do dinheiro público em um símbolo restrito a apenas uma religião.
Fonte: Metrópoles e g1
Imagem: Reprodução