Covid-19 no mundo: como a Hungria e o Japão estão enfrentando a pandemia? Confira relatos

A pandemia da covid-19 infectou mais de 14,7 milhões de pessoas em todo o mundo, até o momento, com pouco mais de 610 mil óbitos registrados. As consequências do surto mundial são sentidas de forma diferente entre as nações. Enquanto alguns sofrem com os altos índices de contaminação e mortes, outros sentiram um impacto bem menor.

 

É o caso da Hungria, país da Europa que tem quase 10 milhões de habitantes, onde a pandemia da covid-19 infectou, até esta terça-feira (21), cerca de 4,4 mil pessoas, sendo que pouco mais de 3,2 mil já se encontraram recuperados, com 596 mortes, segundo dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças. Os números podem ser considerados baixos, na comparação com outras nações do continente.

 

O isolamento social na Hungria durou, em média, pouco mais de dois meses. Nesse período, assim como em diversos países do mundo que também foram atingidos pela pandemia, a rotina mudou, conforme conta a juazeirense Rafaela Cinthia, que mora no país já há algum tempo.

 

(foto: arquivo pessoal)

 

“Nem tudo foi fechado no período da quarentena. O setor de indústria e escritórios também ficaram abertos, já supermercados e farmácias funcionavam em horários separados para as pessoas do grupo de risco, somente de manhã das 8h às 12h”, disse.

 

O país, hoje, vem relaxando, gradualmente, suas medidas de restrição, embora, recentemente, tenha proibido o acesso a seu território de viajantes procedentes de países latino-americanos, africanos, da maioria dos asiáticos e de alguns europeus, em virtude do aumento da propagação do novo coronavírus. Algumas outras medidas, como o uso obrigatório de máscaras no transporte público e em espaços fechados, ainda permanecem.

 

“Tivemos dias que o pico de mortes foi no máximo 15 óbitos por dia, totalizando 596 mortes. Hoje já voltamos ao novo “normal”, até porque algumas regras ainda continuam, de usar máscaras nos supermercados e hospital. Os restaurantes funcionam normalmente e as escolas já voltaram as aulas, mas não sendo obrigatório. Continuamos com medo de uma nova onda. O governo Húngaro já avisou para a população se alertar. Mas tentamos esquecer um pouco e seguir a vida”, contou a juazeirense.

 

Apesar disso, Rafaela garante que ainda segue uma rotina de cuidados.

 

O Japão também sofreu consequências da pandemia da covid-19. O país soma, até o momento, cerca de 25 mil casos da doença, com 19.757 recuperados e 985 mortes.

 

“Nós aqui não tivemos isolamento como no Brasil, porém durante um tempo, alguns locais como praias e casa de shows mantiveram-se fechados. Foram reabertos há cerca de um mês. Escolas também voltaram a funcionar um tempo desses. As pessoas também tiveram ajuda de custo. Houve muita demissão, então o ministro deu uma ajuda de custo para cada pessoa da casa, mais ou menos 5 mil reais para cada morador também”, como conta a jovem Nayara Vanyse, que mora em Kani Gifu, oeste do Japão.

 

(foto: arquivo pessoal)

 

Após registrar queda nos números, o país vem observando atualmente, um novo crescimento do número de casos, o que as autoridades em saúde chamam de segunda onda da pandemia. Com isso, as medidas de cuidado voltaram a ser fortalecidas.

 

“Hoje na empresa [onde trabalho] usamos máscaras e conferimos a temperatura todos os dias, caso dê 37 graus, não posso trabalhar neste dia. As pessoas não deixaram de trabalhar, seguiram vida normal e tomando os cuidados, como medição de temperatura, uso de máscara e álcool 70. No refeitório da empresa, sentávamos em formato de triângulo, ao invés de sentar um do lado do outro, o que vem acontecendo de novo para evitar novos casos dentro da fábrica. Se alguma pessoa for infectada na fábrica, a fábrica será fechada para higienização, e isso é prejuízo”, contou Nayara.

 

Apesar do crescimento nos números, o Japão descartou um novo estado de emergência. Enquanto isso, Nayara e outros cidadãos nativos e que moram no país, seguem sem flexibilizar a rotina de cuidados e higiene.

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