Caso Mariana Ferrer: sentença de ‘estupro culposo’ inocentou acusado e gera revolta na web
O empresário André de Camargo Aranha foi inocentado, em setembro deste ano, do crime de estupro contra a catarinense Mariana Ferrer, de 23 anos, por uma tese levantada pelo promotor de que na noite o crime teria sido cometido de forma culposa, ou seja, quando não há intenção. O estupro aconteceu no dia 15 de dezembro de 2018, em uma festa no Café de la Musique, em Jurerê Internacional. Na época, a jovem tinha tinha 21 anos e trabalhava como promoter da festa. A informação gerou repercussão na mídia nacional.
Durante o julgamento que aconteceu em setembro, o promotor responsável alegou que André Camargo Aranha não tinha como saber que Mari Ferrer estava em situação de vulnerabilidade, ou seja, sem condições de aceitar ou negar o ato sexual e por isso caracterizou o crime como “estupro culposo”. A lei não prevê um crime desta natureza e o empresário foi inocentado. As informações foram divulgadas pelo Intercept Brasil, que também teve acesso a imagens do julgamento. Nelas é possível ver o advogado de André Aranha humilhando Mari Ferrer, ao usar fotos dela como modelo profissional para atacá-la.
Segundo o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho as imagens seriam “ginecológicas”, como definiu. Além disso, durante a sessão ele afirmou que “jamais teria uma filha” do “nível” de Mari Ferrer. A vítima chorava e ouviu do advogado: “Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo”. Mari Ferrer ainda afirmou que nem mesmo os acusados eram tratados daquela maneira ao reclamar da conduta do advogado. “Teu showzinho você vai no seu Instagram dar depois”, disse o advogado de Aranha. “É seu ganha pão a desgraça dos outros, fala a verdade”.
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