Anvisa autoriza uso de autotestes de covid-19 no Brasil; confira o que dizem os especialistas

Diretores da Anvisa aprovaram nesta sexta (28), a venda de autotestes da Covid-19. Os testes, que poderão ser feitos pelo paciente em casa e sem a ajuda de um profissional da saúde, serão uma ferramenta a mais para diagnosticar a infecção pelo coronavírus. Cada empresa interessada em comercializar sua versão do produto precisa pedir o registro junto à agência, que vai analisar cada solicitação.

 

A medida vale apenas para os chamados testes de antígenos (feito a partir do swab que coleta o material no fundo da boca e do nariz e busca sinais de anticorpos gerados pelo corpo após a infecção), e não se aplica aos teste RT-PCR (mais preciso, mais demorado e que detecta a presença do material genético do coronavírus). A Anvisa alerta que o autoteste não gera um laudo, e você deverá fazer de três a sete dias após o surgimento dos sintomas.

 

Para os especialistas, o autoteste é relevante quando temos muitos casos positivos em algum local, como está ocorrendo no Brasil. “Seria um bom indicador, mesmo com limitações [coleta errada, falso negativo]. Serviria como um alerta e seria importante para se ter uma noção, um monitoramento da real situação”, diz o microbiologista Luiz Gustavo Almeida. “O autoteste é importante porque temos a questão da pessoa sair de casa para testar e enfrentar horas de fila. A pessoa pode chegar sem vírus e sair de lá infectada. O autoteste também traz agilidade. Se a pessoa testa positivo, ela não sai de casa e avisa os familiares”, complementa.

 

No entanto, na visão de Luiz Gustavo, é necessário ter um sistema para reportar os casos positivos. “Para fim de política pública, se não tiver um sistema de informação, não vai valer de nada fazer o autoteste”, completa.Alguns fabricantes de autotestes recomendam que eles sejam jogados em lixo comum, mas para o microbiologista, o ideal seria descartar em locais indicados para esse material, seja em farmácias ou locais públicos. No entanto, o risco de contaminação a partir do autoteste é muito baixo.

 

foto: reprodução/CNN

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